Uma das classificações que damos ao ser humano é a de animal – não num sentido de Paulinho Santos ou Pepe, mas como distinto de vegetal ou mineral.
Animal que é, o ser humano é relativamente frágil e requer a satisfação de uma série de necessidades de forma regular, sob pena de se findar: sem comida, dura umas semanas; sem água, dias; e sem oxigénio, bastam minutos.
A hierarquia das necessidades do animal é estabelecida pela frequência com que as satisfaz.
A importância da relação do ser humano com o acto de respirar é máxima e não pode ser suficientemente enfatizada.
Respirar é A life force que dita a nossa relação com tudo o resto!
O meu racional argumentativo é simples: se a privação total de oxigénio é letal em minutos, horas de privação parcial só podem fazer muito mal.
Considero-a uma verdade evidente.
O nosso bem-estar (a nossa performance nesta coisa a que chamamos “vida”), não é optimizado quando respiramos de forma constrangida.
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Sobre o Animal e a Doença
Da mesma maneira que o animal não foi feito para passar longos períodos de tempo entre quatro paredes, não evoluiu a respirar de forma limitada, ofegante.
Estes são dois factores que delegam a regulação do sistema imunitário para 2o plano.
Confinado e amordaçado, o animal enfraquece e convida a doença a entrar.
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Concretamente no animal humano, não tenho dúvidas que a curto prazo, com o que insistimos em fazer, a doença mais difundida será aquela que se instala no espaço que o animal tem entre as orelhas.
Existe uma simbiose entre o corpo e a mente animal.
Sem sacar de “estudos”, a minha experiência prova-me que mente e corpo têm uma relação interdependente. E a tua?
Validando esta premissa, conclui-se que os pensamentos têm influência sobre o corpo.
Também sei que o corpo do animal não reconhece a diferença entre a experiência imaginada e a vivida.
Quando a minha mente acredita (cria) em algo, essa torna-se a verdade do corpo: um assassino que me persegue num sonho, gera exactamente a mesma reacção do que um de carne e osso.
E como explicar os vários humanos tratados (e curados) com placebos em estudos farmacêuticos?
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A doença mental (de todas, a mais insidiosa) acaba por se manifestar no corpo, matando-o lenta, lentamente, enfraquecendo o sistema imunitário com uma dieta de medo, de sobrevivência — materializa-se em cancros, enfartes, doenças respiratórias… violência doméstica.
Qual será o resultado no indivíduo, quando a psique colectiva adire à crença de que o acto de respirar é uma ameaça ao próximo?
Entre duas escolhas, em qual apostavas: saúde ou doença?
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Tratamentos
A resposta para a pergunta “Como é que se combate a doença mental?” (e demias), tem, cada vez mais, a forma de comprimido. É uma solução comum que temos “evoluído” para aceitar como normal.
Cada vez mais cedo, sem paciência para as deixarmos serem crianças (ou “bichos impossíveis de aturar” com a estrondosas mudanças hormonais), regulamo-las com fármacos e ecrãs; regulamo-nos com fármacos e ecrãs.
Gerações inteiras vivem uma existência anestesiada, virtual, tornando-as incapazes de lidar com a mínima adversidade. Gerações inteiras de deficientes emocionais.
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O “tratamento” óbvio é largar os ecrãs e alimentar relações abraçáveis, honestas e significativas.
Partilhar os pensamentos e dor com um amigo, um bom amigo, abraçar, conversar, encontrar uma solução positiva.
Quantos problemas não se resolvem com um abraço forte e sentido?
Mas, quem é que tem tempo para desenvolver os hábitos e relações que nos ajudam a erradicar a doença?
É tão mais fácil extinguir a dor com um comprimido! Tão mais eficiente!
O animal tende a procurar o caminho mais curto para eliminar o sofrimento imediato. O sofrimento futuro é desconhecido, incerto, acreditado improvável…
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O “tratamento” óbvio começa contigo: liga a um amigo; combina um quando e onde; deixa o telemóvel em casa; e vai lá dar-lhe um abraço!
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To be continued…
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